A mulher que cuidava do bebê de quatro meses que morreu engasgado em uma creche clandestina de Curitiba afirmou, nesta quarta-feira (21), que a situação foi uma “fatalidade” e negou qualquer tipo de negligência. Em coletiva de imprensa, a responsável pelo local — que preferiu não se identificar — disse que não era dona de uma creche, mas que apenas cuidava de crianças em casa para ajudar mães da região. “Eu não sou dona de creche como estão falando por aí. Não é uma creche. É uma casa normal. Eu cuido de crianças”, afirmou ela. O menino estava sob cuidados dela há cerca de uma semana e chegou naquele dia por volta das 8h30 sem ter mamado.
A cuidadora disse que deu a mamadeira, esperou o bebê arrotar, ninou e o colocou para dormir no quarto. A cada dez minutos, ela disse que verificava a criança. Foi durante o preparo do almoço, ao retornar ao quarto, que percebeu o bebê com a boca roxa e sem reação.
“Peguei ele no colo rapidamente. Ele estava quentinho, mas não reagia. Meu marido começou os procedimentos de primeiros socorros com ele virado de bruços. Ele soltou muito leite. Já liguei pro Samu em seguida e, enquanto não chegava, a gente tava conversando com a médica no telefone. Ele ia fazendo os procedimentos de acordo com o que ela mandava”, descreveu. Emocionada, a mulher negou maus-tratos e afirmou que nunca havia ocorrido nenhum incidente semelhante com outras crianças. Ela relatou ainda que, segundo a mãe, o bebê havia enfrentado um quadro grave de bronquiolite recentemente.
Sobre a situação irregular do local, a responsável disse que chegou a ser orientada pela Vigilância Sanitária, há cerca de dois anos, a não cuidar de crianças. “Eles disseram que eu só poderia cuidar dos meus filhos. Pegaram meu CPF e não voltaram mais.” Ela contou também que, no fim de 2024, o Conselho Tutelar esteve no local e encontrou seis crianças. Segundo a defesa dela, o órgão não encontrou qualquer indício de abuso ou negligência. “As crianças estavam bem cuidadas, alimentadas e apresentavam bom estado geral, razão pela qual não houve qualquer medida ou sanção”, diz o advogado Junior Ribeiro.

Publicado primeiro em Banda B » Dona de creche clandestina onde bebê morreu fala em ‘fatalidade’, nega negligência e diz que não vai mais cuidar de crianças